Na semana passada estive durante algumas horas em Tel Aviv, a trabalhar. Já habituado ao estilo de vida de Jerusalém, a agitação de estilo ocidental (ao extremo) que se vive por lá, é um choque.
Para começar, a forma de vestir das pessoas. Em Jerusalém, domina a descrição. Mulheres bem cobertas (mas bem longe do estilo burka afegã, ou do shador islâmico, nada de confusões). As mulheres ultra-ortodoxas vestem-se invariavelmente de negro, cabeça sempre coberta por uma touca estranha ou uma peruca, na maior parte das vezes mal disfarçada. Outras, as chamadas, religiosas sionistas adoptaram um estilo que alguém descreveu como "Estou-me a cagar para a elegância".
Quase todos os homens de kippa, seja ela negra, tricotada, larga, minúscula-como-um-ovo, etc. Em Tel Aviv, é quase tão difícil encontrar homens que usem kippa como em Lisboa. Aí, as mulheres maquilham-se imenso, em especial as russas - notam-se a milhas - e vestem-se seguindo a moda europeia, com o extremo adicional de quem parece desejar sobressair a qualquer custo...
O tráfego é outra das diferenças entre Tel Aviv e Jerusalém. Na capital, reina o trânsito caótico típico das cidades orientais, nas suas ruas do centro, maioritariamente estreitas. Já na moderna e plana Tel Aviv, o trânsito é também caótico, mas não pela falta de ruas largas por onde escoar a enorme quantidade de carros. É mais pela crónica falta de civismo dos israelitas ao volante.
A vida nocturna, em Jerusalém, tirando uns barzitos de adolescentes que só enchem de estudantes das escolas religiosas nas noites de quinta-feira, é fraquita. Em Tel Aviv não faltam discotecas. A animação nocturna dura toda a semana, com a triste realidade da moda da marijuana e das drogas sintéticas.
A arquitectura das duas cidades não poderia ser mais distinta. Em Jerusalém impera a lei da pedra. Todos os edifícios - mesmo todos! - são cobertos de pedra calcária, amarelada, o que dá à cidade um ar mais harmonioso, em combinação com o deserto que limita a cidade a norte e a oriente. Em Tel Aviv não faltam os arrojos arquitectónicos. Desde a "Cidade Branca", que é a maior área do Mundo com edifícios em estilo Bauhaus, dos anos 30, até aos arranha-céus de betão e vidro dos últimos anos.
A calma, ao fim do dia, é a regra em Jerusalém enquanto Tel Aviv faz jus ao nome de "cidade que nunca dorme".
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