Guerra dos 6 Dias, 1967. Rabbi Shlomo Goren, rodeado por soldados sopra o shofar no Muro Ocidental. Arco de Hurva. Soldado israelita faz as suas orações no Kotel, depois de quase 20 anos de espera.
Hoje, de acordo com o calendário hebreu, é Dia de Jerusalém. Na cidade a animação é enorme. A segurança também é mais evidente - apesar de o nível de alerta ser permanente. Hoje é só mais visível que na maioria dos dias.
Festejam-se os 39 anos da reunificação de Jerusalém, que aconteceu na Guerra dos Seis Dias. Nessa altura Israel reunificou a cidade que estava dividida desde a Guerra da Independência, em 1949. Foram quase 20 anos em que a cidade esteve cortada ao meio, sem possibilidade de os seus habitantes passarem entre a Cidade Nova e a Cidade Velha.
Controlada pela Jordânia, a Cidade Velha, com os seus lugares santos para Cristãos, Muçulmanos e Judeus, esteve inacessível aos fiéis das três religiões que vivessem na parte nova da cidade. Lugares como o Santo Sepulcro, o Muro Ocidental (ou das Lamentações) ou a Mesquita de Al-Aqsa eram lugares proibidos para os cidadãos de Israel. Qualquer que fosse a fé que professavam.
Durante esses anos, a política jordana foi a destruição sistemática do património judaico das zonas sob o seu controle. O antigo Bairro Judeu da Cidade Velha, com as suas dezenas de sinagogas, yeshivot e outros edifícios com séculos de história, foram arrasados. Centos de lápides do cemitério judeu do Monte das Oliveiras - lugar onde estão sepultados alguns dos mais piedosos homens e mulheres do povo judeu, para os quais ser sepultado naquele local tem um significado muito particular -, foram arrancadas e usadas para calcetar estradas.
Apenas uma semana depois da reunificação da cidade, os muçulmanos que habitavam a Cidade Nova e o território de Israel do lado Ocidental da "Linha Verde" puderam rezar no seu 3º lugar mais sagrado, o Haram as-Sharif, ou Esplanada das Mesquitas.
Hoje o acesso continua aberto a todos. Judeus, Muçulmanos e Cristãos podem visitar os seus locais de culto. Com apenas uma excepção recente. Desde que, a Waqf (autoridade muçulmana de Jerusalém) tomou o controlo da Esplanada das Mesquitas - local sagrado tanto para Muçulmanos como para Judeus, pois era aí que se situava o Bet Ha-Mikdash (Templo de Jerusalém), o acesso de Judeus ao local foi fortemente condicionado. Logo abaixo, no Muro Ocidental - exactamente tudo o que resta do antigo Bet Ha-Mikdash, é muito comum ver não judeus rezando, ou simplesmente tirando fotos junto aos crentes judeus. Até é possível ver membros da seita protestante Amish no local.
Hoje, quem passar pela praça principal do Bairro Judeu, verá uma grua no local da antiga sinagoga de Hurva, da qual só restava um arco, reerguido já depois da reunificação. Como símbolo da destruição deliberada de que foi alvo aquele local de culto. As obras de reconstrução da sinagoga estão em andamento e brevemente será de novo possível admirar aquela que era a mais magnífica sinagoga da Terra Santa.
Bem sei que é politicamente incorrecto, mas não me coíbo de afirmar que apenas Israel permitirá a continuação de uma situação de abertura da Cidade para todos os povos. O contrário seria regressar aos tempos em que a Cidade Santa foi rasgada e excluída de ser o centro por excelência da espiritualidade e devoção da Humanidade.
* Halel é uma série de cânticos de louvor ditos no serviço religioso da manhã em algumas ocasiões especiais do calendário judeu. Datas que lembram eventos milagrosos ou extraordinários como Hanucá, por exemplo. Também no Dia da Independência de Israel e neste Dia de Jerusalém, é recitado o Halel.
Apenas com uma bata vestida. Deitado numa maca. Dez injecções de anestesia. Uma bênção. Uns cortes de tesoura. Um jorro de sangue. Uma dúzia de pontos. Dores (ou no mínimo um certo incómodo) depois de passado o efeito da anestesia. Vários dias de repouso. Febre ao terceiro dia. Uma semana e meia com um andar novo. Recuperação total mais que provável ao fim de três semanas.
É o que me espera a partir de amanhã. Aí passarei a ser um "Filho da Aliança".
"Uma das coisas que, desde há dois anos, se me revelaram foi como todos os impérios - romano, grego, babilónio, III Reich - desapareceram, mas esta pequena tribo persistiu, apesar de ter sido perseguida por todos eles.
Eu queria compreender qual era o segredo disso, o que, apesar de dispersos pelo mundo, os manteve unidos, o que os impediu de serem assimilados.
Toda a ideia do judaísmo é a de um grupo de pessoas que constitui uma comunidade. Se eu, todos os dias, fizer as orações judaicas, tenho a certeza que tal acontece desde há 3000 anos, pelo mundo todo, passando de geração em geração.
O meu avô e o meu pai decidiram cortar com tudo isso, eram homens de negócios. Quando tomei consciência do que pensariam os meus antepassados acerca destes dois homens, disse: 'Isto não está certo, não temos o direito de fazer uma coisa destas, de quebrar esta corrente!'
A minha fé em Deus é algo em que ainda tenho de trabalhar. Mas, mesmo assim, escolhi viver como judeu, porque descobri que não posso viver o meu dia-a-dia de outra forma, aquela perspectiva de procurar que tudo o que acontece em cada dia seja divino.
Toda a minha visão acerca do futuro se modificou, trabalho activamente para ele. Quero deixar uma marca. Neste Verão vou tocar em Telavive. (...) É por isso que agora penso que faz todo o sentido se o relacionar com o meu judaísmo. Sem o judaísmo, nunca teria tocado ao vivo, nunca teria sentido esta obrigação de lidar com as outras pessoas.
Estas são palavras de David Berman, único elemento da banda hipotética "Silver Jews", que só agora, ao fim de quatro álbuns gravados, decidiu pisar os palcos. Da Revista Actual, do Expresso, de 6 de Maio de 2006.
Salvo alguns detalhes mais ou menos biográficos, poderia muito bem havê-las dito eu.
O objectivo é "tikkun olam", reparar o Universo. Todos os dias, a mais pequena acção deverá melhorar um pouco todo o Universo. Temos obrigação de fazer aquilo que está certo. Todas aquelas pequenas coisas que eu fazia, como mentir ou enganar alguém, não são pequenas, são muito grandes. (...)"
Depois das rápidas seis semanas de férias em Portugal - tão pouco tempo para rever tanta gente -, à chegada a Jerusalém, enquanto desfazia a bagagem, deparei-me com algumas surpresas entre os livros e a roupa:
Os passos ainda vacilantes e a curiosidade emergente da minha sobrinha de 15 meses;
O sorriso das gárgulas do Mosteiro da Batalha;
O sabor do fantástico arroz de peixe da minha mãe;
As cambalhotas da persa Lisa e do siamês Bart;
Uma tarde de caminhada sob o sol de Lisboa.
Felizmente, estas coisas não contam na altura de pesar as malas.
O que dizem os números. O mercado de cerveja em Portugal vale 1,5% do PIB.
Das crianças portuguesas com 10 anos de idade, 70% têm e usam telemóvel.
No último ano, a quantidade de resíduos depositados nos ecopontos aumentou 23%.
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