Domingo, 30 de Novembro de 2008

Em memória


Rav Gabriel Holtzberg e a esposa Rivka, mortos por terroristas islâmicos no Centro Chabad de Bombaim.

"E abençoarei os que te abençoarem, e aqueles que amaldiçoarem, amaldiçoarei..." (Génesis 12:3)

publicado por Boaz às 22:23
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Sexta-feira, 28 de Novembro de 2008

BOMBA-im

É irónico o nome da cidade. É trágico o que está a acontecer – até ser libertado o último refém. Porém, que ninguém sonhe que algo irá mudar depois deste dia. É só mais um dia de manchetes de jornais, de palavras nervosas nas chancelarias internacionais, de vazios votos de condolências e de inconsequentes declarações de apoio aos atacados... Nada mudará. Como praticamente nada de essencial mudou depois do 11 de Setembro de Nova Iorque, do 11 de Março de Madrid, dos ataques no metro de Londres, de Istambul, de Bali ou das centenas de outros atentados. Afinal, voltámos ao mesmo de antes. Ou pelo menos, habituámo-nos a viver neste "mundo novo", em que o terror é apenas mais uma das normalidades. O mundo não sabe – ou simplesmente não quer – distinguir entre o bem e o mal.

Não são só as centenas de hóspedes dos hotéis, ou o rabino Gavriel Holtzberg e a esposa no Centro Chabad Lubavitch que estão reféns (hoje houve rezas especiais por eles na yeshiva). O Mundo todo está refém do terrorismo. A Europa, os Estados Unidos, a Índia, todas as democracias do planeta têm um medo de morte do terrorismo islâmico. Daí o silêncio e o "voltar ao normal" a que assistiremos já daqui a uns dias. Engolir as bombas e seguir em frente. Nada mais.

A fera, cada vez se fortalece mais, porque ninguém tem coragem de lhe fazer frente. E quem ousar dizer alguma coisa, terá uma fatwa apelando à sua morte e centenas de voluntários candidatos para a fazer cumprir. Se os Estados Unidos lançam uma guerra no Afeganistão ou no Iraque, se bombardeiam lugares suspeitos na Somália, no Sudão ou na Líbia; se Israel dá caça aos terroristas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, ou se destrói uma central nuclear em construção na Síria, os europeus (ditos) defensores da liberdade e dos povos oprimidos, arrancam os cabelos e fazem manifestações contra os EUA e Israel. Boicotes e marchas.

As respostas americanas e israelitas foram brutais e injustificadas, ou na melhor das hipóteses "desproporcionais". O terrorismo, essa "arma dos pobres" tornada aos poucos legítima e compreensível, é simplesmente a resposta desses "pobres sem outra alternativa" face ao domínio brutal do capitalismo e outros fantasmagóricos ismos usados pelos defensores dos pobrezinhos...

O Irão continua a desenvolver o seu programa nuclear, o Hezbollah continua a aumentar o seu arsenal militar, o Hamas encheu a fronteira que separa Gaza do Egipto com centenas de túneis por onde passa armamento cada vez mais sofisticado, mísseis caem diariamente no Sul de Israel, junto à Faixa de Gaza. Ninguém faz nada. Ninguém permite que alguma coisa seja feita. A menos do que inapta Agência Internacional de Energia Atómica ignora a ameaça iraniana. A velha e caduca ONU – não sem o apoio de muitas democracias europeias, que se alinham com os exemplares regimes árabes e africanos – aprova resolução atrás de resolução contra Israel. Só esta semana foram 20, para celebrar como deve de ser o "Dia de Solidariedade com a Palestina", exemplarmente celebrado pela ONU. Contra o Líbano, por deixar à solta o Hezbollah; contra o Egipto, por não controlar o tráfico de armas para Gaza; contra a Síria, por manter o apoio ao Hezbollah e desestabilizar o Líbano; contra o Irão, governado por um lunático de tendências genocidas e atómicas; contra a Autoridade Palestiniana, por nunca ter cumprido um único ponto dos acordos de paz assinados com Israel... nada, nem sequer uma palavra contra.

A máxima, normalmente atribuída ao filósofo Edmund Burke: "A única coisa necessária para o triunfo do mal é que os homens de bem não façam nada", não poderia ser mais adequada ao tempo em que vivemos.

publicado por Boaz às 01:10
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Quinta-feira, 20 de Novembro de 2008

O Mundo inteiro

Nas últimas semanas tenho andado ocupado num novo projecto. Consiste num email de Divrei Torá (textos de assuntos judaicos) escritos pelos alunos de língua portuguesa da Yeshivat HaKotel, onde eu estudo. Eu sou o responsável pelo design, a edição e a montagem dos textos.

Todas as semanas, quatro alunos escrevem textos: sobre a parashat ha'shavua (a porção semanal da leitura da Torá), lei judaica, ética judaica e uma história inspiradora. Aos poucos, o email começou a ser enviado para alguns brasileiros residentes em Israel e para alguns residentes no Rio de Janeiro. Esta semana - já saiu o número 2! - o email foi enviado também para alguns judeus em Portugal.

Numa altura em que tantos judeus estão completamente afastados da Torá, este email é mais uma tentativa de (re)aproximar - mesmo que seja de uma forma leve - alguns desses judeus aos valores judaicos.

Tal como ensina o Talmude: "Aquele que salva uma alma de Israel é como se salvasse o Mundo inteiro". Existem milhares de Mundos que simplesmente não podem ser perdidos. Não dá para fazer o papel de espectador.

publicado por Boaz às 23:07
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Domingo, 16 de Novembro de 2008

Ora pois

Muitas vezes, quando conheço um novo brasileiro, ele pergunta-me com um ar de curiosidade sincera: "é verdade que os portugueses sempre dizem 'ora pois'?". A minha reacção, a início, era de perfeita estranheza. Não me lembro de ter ouvido essa expressão em Portugal. Porque será então que os brasileiros me perguntam sobre essa alegada "expressão típica dos portugueses"?

Esta situação é apenas a revelação do desconhecimento acerca de Portugal e dos portugueses que existe entre os brasileiros. O país foi colónia portuguesa durante vários séculos. A base principal da cultura brasileira é evidentemente a herança portuguesa: em especial a língua, e a maioria da população de religião cristã. A influência portuguesa entrou, em maior ou menor grau, em todas as áreas da sociedade brasileira. Porém, actualmente, os antigos colonizados conhecem muito pouco de Portugal.

Conhecem relativamente bem a nossa história, mas apenas até à independência do Brasil. Na literatura estudam Camões e até Bocage, mas não a moderna literatura portuguesa. Da música ouviram falar – só falar, porque na verdade nunca escutaram nada – de fado. Na prática, música portuguesa é o tão fora de moda Roberto Leal. E isto porque ele começou a sua carreira em terras brasileiras.

Por vezes, para satirizar os portugueses, os meus amigos brasileiros cantam a famosa canção "Vira, vira" da banda Mamonas Assassinas. Essa banda fez um sucesso estrondoso também em Portugal. Eu e os meus amigos sabíamos de cor todas as músicas do único CD editado pela malograda banda. Até vir para Israel e conhecer alguns brasileiros, nunca tinha percebido que "Vira, vira" era exactamente uma sátira aos portugueses. Talvez porque os portugueses não têm de si mesmos a imagem que essa canção mostra. Contudo, essa representação exagerada é, de alguma maneira, a impressão que os brasileiros têm dos portugueses.

Em mais de 30 anos de telenovelas brasileiras em Portugal, os portugueses aprenderam e acostumaram-se ao sotaque do Brasil. Aprenderam até algumas das gírias. A maioria dos artistas populares no Brasil chega aos tops de venda de discos e fazem concertos em Portugal. Ao contrário, os brasileiros não assistem às telenovelas portuguesas, os discos dos artistas portugueses na moda não chegam ao Brasil e só meia dúzia de intelectuais é que conhecem Mariza, Dulce Pontes ou até Eugénia Mello e Castro, a qual há anos que reside no Brasil.

Apesar de centenas de empresas portuguesas terem negócios multi-milionários no Brasil: nas telecomunicações, no turismo, na banca, na electricidade ou no petróleo, essa presença não é percebida como portuguesa. Depois de décadas de imigração para o Brasil, a qual é hoje na sua maioria de empresários, dos portugueses continuam a ter a imagem do Manuel e do Joaquim, com grande probabilidade de um deles ser padeiro. Talvez pensem que todos os portugueses se chamem por esses dois nomes apenas. As mulheres portuguesas chamam-se invariavelmente, Maria. E têm bigode e pêlos no sovaco. (Já me perguntaram com seriedade se as jovens portuguesas continuam a seguir essa "moda".)

É óbvio que Portugal não pode esperar influenciar hoje o Brasil como o fez há 500 anos. O Brasil é um gigante comparado com Portugal, e o fluxo de influência é muito maior do Brasil para Portugal do que no sentido contrário. Mas não deixa de ser totalmente absurdo esse nível de desconhecimento.

publicado por Boaz às 20:57
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Quarta-feira, 12 de Novembro de 2008

Rei 'morto', rei posto

Ontem realizaram-se as eleições locais em Israel. Em Jerusalém, a luta foi renhida. Há já alguns meses que a cidade se vinha cobrindo de cartazes de propaganda dos vários candidatos. No próprio dia da votação, passei por vários bairros religiosos. O aspecto das ruas era deplorável: milhares de panfletos de propaganda cobriam os passeios e as bordas das ruas. Numa cidade já habitualmente pouco limpa, tanto lixo espalhado era um espectáculo triste de ver.

Apesar de haver vários candidatos, a verdadeira luta era entre dois: Meir Porush e Nir Barkat. Porush é um haredi (ou judeu ultra-ortodoxo) de longas barbas brancas, apoiado por várias linhas (mas não todas) do Judaísmo Ortodoxo. Barkat é um judeu secular, apoiado pelo partido do poder (apesar de ele manter essa ligação meio encoberta) e pelos tradicionalistas que não se identificam com o Judaísmo Ortodoxo. Além destes, o milionário russo Arkadi Gaidamak, que mal fala hebraico e que comprou o clube de futebol Beitar de Jerusalém; e Dan Birron, um argentino cabeludo, membro de um pequeno partido de extrema-esquerda cujas principais causas são a legalização da marijuana e a retórica anti-religiosa.

Ganhou Nir Barkat, mas não conseguiu conquistar nem sequer metade dos lugares no conselho municipal. Vai ter de fazer acordos com vários partidos: dos religiosos sionistas aos ultra-ortodoxos, aos seculares nacionalistas e os da direita moderada. Os árabes, que são cerca de 200 mil entre os 700 mil habitantes da cidade, de uma maneira geral boicotam as eleições. Deve ter ocorrido o mesmo desta vez.

Veremos o que nos reservam os próximos meses. Veremos se o novo presidente e os seus vereadores conseguem ultrapassar os sérios problemas da capital. Habitações a preços acessíveis e falta de empregos (duas das causas principais para a saída de cerca de 100 mil habitantes nos últimos anos), trânsito caótico e poluição são apenas alguns dos desafios que o novo cacique tem de cuidar.

publicado por Boaz às 19:38
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Quinta-feira, 6 de Novembro de 2008

Normalidade

Eleições nos Estados Unidos. Tragédia (ou apenas continuação dela) no Congo. Descalabro das bolsas um pouco por todo o Mundo. Estes são os assuntos de hoje. De há várias semanas e, no caso das eleições americanas, a novela das 8 dos últimos meses. De Israel, já mal se fala. Talvez ainda se oiça, de quando em vez sobre a Ministra dos Negócios Estrangeiros Tzipi Livni, entretanto chegada a Primeira-ministra. Mas mais em nota de rodapé que em peça de noticiário.

É um dos sinais da normalidade que se vive por aqui. É certo que em muitos aspectos, a situação em Israel não mudou. A questão com os palestinianos continua na mesma: Gaza é o covil da matilha do Hamas e as cidades palestinianas da Cisjordânia são o arquipélago da desgraça que é o governo da Fatah. O soldado israelita Gilad Shalit continua sequestrado em Gaza (desde 25 de Junho de 2006) e não há perspectivas concretas para o seu resgate com vida. Como escreveu o Rei Salomão: "Não há nada de novo debaixo do Sol."

Porém, em muitos outros aspectos, a situação aproxima-se da de um país normal. Na rádio, para lá das histórias das novelas políticas, normais em todos os Estados, ainda mais com a aproximação das eleições municipais, fala-se sobretudo dos acidentes de trânsito. As histórias de arrepiar os cabelos dos atentados terroristas tão frequentes até há 3 anos, foram substituídas por contos sobre os mortos na estrada. Todos os dias, 2, 3, 5 pessoas morrem nas estradas de Israel e os media transmitem os berros dos familiares enlutados. De fazer chorar as pedras da calçada. Anúncios "choque" na rádio (eu não vejo TV, por isso não sei o que lá se mostra, mas imagino que a moda seja a mesma) alertam para os perigos da estrada.

Desvio de foco

Tão normal é o quotidiano local, que até as grandes cadeias de comunicação internacionais – até há pouco observavam com olhos de falcão o que aqui se passa – se aperceberam da actual "pobreza noticiosa" israelita. Isso não significa que por cá não aconteçam coisas importantes. Se por um lado, muito daquilo que era mostrado pelos media, em vez de se ter resolvido simplesmente passou a ser ignorado, de tão "gasta" que estava a história. Por outro lado, há fatalidades mais interessantes para encher jornais e noticiários.

Uma das consequências foi a redução acentuada do staff das representações de jornalistas estrangeiros. BBC, CNN, NBC e a maioria dos grandes canais de televisão mandaram uma boa parte dos seus antigos correspondentes para outras paragens mais interessantes: Iraque, África, Rússia, China.

Pela primeira vez em muitos anos, Israel não está no centro das atenções. Isso parece ser bom.

publicado por Boaz às 22:00
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Domingo, 2 de Novembro de 2008

Facto é fato que é terno

Aqui em Israel, apesar de longe de casa e do ambiente em que vivi durante 28 anos, eu bem tento manter o meu português de Portugal. Praticamente só falo português com brasileiros: em casa, com os vizinhos brasileiros de Alon Shvut, com os colegas brasileiros da yeshivá. Conheço apenas uns cinco portugueses em Jerusalém e arredores, porém raramente estou com eles.

Muitas vezes, os meus amigos brasileiros riem-se quando eu falo de "camisola" e eles entendem "combinação" ou "camisa de dormir", porque eles chamam-lhe "malha". Um pulôver é um moleton. Ou o nosso "telemóvel", que é para eles "celular". Ou o "autocarro" que é "ônibus". O "banheiro" brasileiro, que é a portuguesa "casa de banho" gera uma série de confusões: o "autoclismo" (este causa risadas, sempre) que é a "descarga", a "sanita" que é a "privada", o "lavatório" que é uma "pia". Salvam-se a banheira e o bidé. O moço de recados português é um estafeta; o brasileiro é um office-boy. O primeiro tira fotocópias, o segundo tira xeroxes. A "fila" já foi "bicha" em Portugal, mas por causa da "bicha" dos brasileiros, os portugueses agora também lhe chamam "fila".

O lusitano "pequeno-almoço" é o brasileiro "café da manhã", mesmo que não tenha café mas leite com chocolate e bolachas ou cereais. Aliás, as bolachas portuguesas só são bolachas no Norte do Brasil, mas são biscoitos no Rio de Janeiro. Os cereais são "sucrilhos". O requeijão que os brasileiros adoram é apenas "queijo fundido" deste lado do Atlântico. Enquanto o requeijão português é algo como queijo fresco no Brasil. O frango brasileiro tem coxa e sobre-coxa enquanto o português tem coxa e perna. A aboborinha, é chamada pelos portugueses de courgete. Oui, como en français!

Por vezes, as diferenças são apenas ao nível da acentuação. Os portugueses falam e escrevem Amazónia, matrimónio e cómico. No Brasil escreve-se e fala-se Amazônia, matrimônio e cômico. Os exemplos poderiam acumular-se por muitas linhas.

Diariamente vou aprendendo um pouco mais da língua de Machado de Assim. Porém, procuro não perder a língua de Camões. Resta explicar que: facto é um fato, e um fato não é um acontecimento, mas um "terno". E terno é, simplesmente carinhoso.

publicado por Boaz às 17:34
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