O governo de Israel rejeitou a proposta francesa de um cessar-fogo provisório com o Hamas. Os mais ingénuos poderiam descrever esta resposta israelita à iniciativa francesa como "um sinal evidente de que Israel não deseja a paz".
Não se iludam. Tal como a comentou um responsável israelita, "A proposta de cessar-fogo provisório unilateral do ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Bernard Kouchner, não foi considerada útil, porque é evidente que o Hamas não vai suspender o lançamento de foguetes contra Israel".
No Líbano, em 2006, Israel deixou o trabalho incompleto e o Hezbollah evidentemente aproveitou-se disso. O resultado: está hoje mais forte (quero dizer, armado) do que antes da guerra e não vai deixar de voltar a atacar Israel na próxima oportunidade. Israel não pode cometer o mesmo erro outra vez.
É um caso raro de lucidez e coragem política. O ministro dos Negócios Estrangeiros da República Checa, país que assume a nova – a partir de hoje – presidência em exercício da União Europeia, defendeu sem rodeios o direito de Israel de se defender contra o Hamas.
Numa entrevista ao diário checo Mlada Fronta Dnes, Karel Schwarzenberg disse: "Vejamos uma coisa: o Hamas aumentou abruptamente o número de mísseis disparados contra Israel, desde que o cessar-fogo terminou em 19 de Dezembro. Isso não pode continuar a ser tolerado."
Enquanto muitos líderes mundiais se limitam a lamentar o grande número de baixas civis, o ministro dos Negócios Estrangeiros checo tem a perspicácia de expor os factos como eles são: a estratégia do Hamas de colocar as suas bases e depósitos de armamento em áreas densamente povoadas é a razão para o crescente número de mortos palestinianos.
E acrescentou: "Porque eu sou um dos poucos que tem expressado compreensão para com Israel?... Eu estou a desfrutar do luxo de dizer a verdade".
Outros, como o Presidente francês Nicolas Sarcozy, anterior presidente da União Europeia, não tiveram a mesma coragem de sacudirem dos ombros o peso do tão hipócrita discurso "politicamente correcto". De certo, pelo medo que, de novo, a França seja incendiada pela populaça magrebina suburbana.
Hoje foi o dia de ir ao mercado de rua de Jerusalém, o Mahane Yehuda. Habitualmente, é um local quase caótico, apinhado de gente atarefada no meio das compras e de vendedores que gritam os seus pregões de descontos imbatíveis, num tom quase histérico. Porém, hoje o shuq (mercado em hebraico) estava calmo. Metade das lojas - as lojas dos vendedores árabes - estavam fechadas.
Devido à ofensiva militar em Gaza e com receios de distúrbios entre os árabes da Cisjordânia (tão perto de Jerusalém), as medidas de segurança foram aumentadas. Muitos dos vendedores do mercado Mahane Yehuda trazem diariamente os seus produtos de Belém, Hebron e outras cidades árabes.
Hoje, ou foram impedidos de passar pelos controles de segurança, ou então decidiram fazer um boicote aos compradores judeus.
PS - Os preços das verduras estavam ligeiramente mais altos hoje no mercado...
De acordo com uma sondagem publicada na última sexta-feira pelo jornal USA Today, o presidente eleito dos EUA, Barack Obama, é o homem no mundo que os americanos mais admiram. Não é o vendedor de beigels de rua, o rancheiro texano ou o cantor de country do bar da esquina. Quase um terço dos inquiridos referiram Obama, que é empossado presidente em menos de um mês, como "o mais admirado".
Não se admirem, é provavel que seja só um deslumbramento passageiro... Afinal, todos os hot-shots passam por um estrelato destes. Seja o futuro presidente, seja o vencedor do Big Brother. Por agora Obama tem apenas belas poses no palco, frases bem estudadas ou fotos de família na praia.
Deixem-no começar a mexer na papelada da Casa Branca, fazer alguma coisa em nome da América, ter de tomar decisões impopulares, que o papel de "herói do momento" depressa se desvanece. Tem até 20 de Janeiro para curtir a boa fama.
Começo por dizer que: sim, é trágico o que se passa em Gaza. Porém, há que afirmar que o Hamas foi avisado. O governo de Israel anda, há semanas, a avisar que, caso não terminasse o lançamento de mísseis sobre as cidades de Sderot, Netivot e Ashkelon, situadas a poucos quilómetros da Faixa de Gaza, seria desencadeada uma operação em larga escala contra as instalações do Hamas na Faixa. Alegadamente, havia uma trégua entre o Hamas e Israel. Porém, há poucos dias o Hamas retomou o lançamento de mísseis. Chegaram a lançar 60 mísseis em 3 dias.
Estavam à espera de quê? Que Israel lhes mandasse bolos? Nenhum país permitiria impavidamente uma situação como a aquela que se tem mantido em Sderot nos últimos 7 anos. O lançamento quase diário de mísseis sobre a cidade, a partir de Gaza.
O Mundo condena. Também não se espera outra coisa. No entanto, só se condena a "gigantesca desproporção" da resposta de Israel e se lamenta o sofrimento em Gaza. Esperam-se para os próximos dias as marchas dos esquerdistas europeus frente às embaixadas de Israel, a queima de bandeiras israelitas da Indonésia à Noruega. Porém, os marchantes e os queimadores de bandeiras nada dizem nem dirão sobre o terror permanente por que passam os habitantes de Sderot. Para eles não há solidariedade internacional. Mesmo que, ao contrário do que fez o governo de Israel antes do início da operação, eles não sejam avisados pelo Hamas da chegada dos mísseis.
Este ano o Natal caiu na semana do festival judaico de Chanucá. Em Jerusalém, os símbolos de ambas as festas misturam-se. Na maior parte da cidade impera a decoração de Chanucá, com iluminações em forma de candelabro e dreidels (um brinquedo em forma de pião usado numa brincadeira tradicional nesta época).
Ao anoitecer, as famílias judaicas acendem as velas da chanukiá, o
candelabro de Chanucá, o principal ritual da festa. Nas famílias judaicas ashkenazim (judeus originários do Leste Europeu) cada
elemento da família acende o seu próprio candelabro, incluindo as crianças. Os sefarditas (judeus ibéricos e dos países árabes)
acendem uma para toda a família. Depois de acesas as velas, seguem-se as canções tradicionais da época.
Na rua que sobe do Bairro Judeu da Cidade Velha em direcção ao Bairro Arménio, na porta de cada casa é possível encontrar um candelabro aceso. Ali perto, é possível ver um pinheiro decorado numa das janelas do Patriarcado Arménio. Mais adiante, uma loja de cerâmica arménia toca "Silent Night". Na praça em frente à Porta de Jaffa, as lojas de cristãos estão decoradas. Não existem árvores decoradas em locais públicos. O Shopping Mamilla, um dos locais da moda em Jerusalém está decorado para Chanucá, mas não há referências ao Natal. Só na Estrada de Hebron, já próximo do posto de controlo de Belém, é possível encontrar algumas decorações natalícias penduradas nos postes de iluminação pública.
Nos cafés e padarias, bandejas com montes de sufganiot – um bolo frito redondo, bem parecido com a bola de Berlim, mas com menos creme " despertam a gula dos clientes. Normalmente recheadas com geleia ou chocolate, as versões modernas do doce incluem uma autêntica bomba calórica com cobertura de chocolate e risquinhas de chocolate branco. São uma tentação, mas desculpem-me se o digo: nem a melhor das sufganiot ganha às filhós de laranja da minha mãe.
Natal não é feriado em Israel. Ao contrário das ocasiões das principais festividades judaicas, os serviços e transportes públicos funcionam normalmente. O Natal é apenas um dia. Chanuká são oito.
Shopping Mamilla, em Jerusalém, decorado para Chanucá.
Os dias continuam com 24 horas e isso significa que eu não tenho tempo para tudo. (Eu sei, não sou a primeira pessoa no mundo a queixar-se com falta de tempo). Tanta coisa para fazer...
Empacotar a casa para a mudar de sítio (são só uns 500 metros de distância, mas não dá para levar tudo nos bolsos). Escolher algumas mobílias, como o roupeiro do quarto e as estantes da sala, que a casa nova não tem... e não é nada prático manter a biblioteca em caixotes e a roupa em malas de viagem. Já nos estamos a preparar para a chegada do herdeiro da fortuna (Oh, oh!) e daí que já passámos horas e horas em lojas a escolher o carrinho de bebé, a banheira, as chupetas e a infinidade de coisas que um bebé precisa.
O e-mail de Dvar Torá da Yeshivat Hakotel vai de vento em popa. E como eu, além de escritor quinzenal do texto de Ética Judaica, sou o revisor, editor, montador de texto e a pessoa que carrega no botãozinho de "Enviar", todas as semanas... não me tem faltado trabalho. Agora até já tem uma versão em espanhol e por este andar, a coisa não vai ficar por aqui. Leitores de língua albanesa e cambodjana, preparem as caixas de correio electrónico!
O que sobra? Pouco, daí que apareça pouco por estas bandas para escrever mais uns artigos. Tenho vários na forja mas, como já dei a entender, o tempo não dá para tudo. Já entendi, a solução é dormir menos e correr mais. Vou tentar.
PS - Este artigo foi só mesmo para aliviar um pouco a pressão... Vai tudo bem. Tirando uma dorzinha de dentes, mas isso também passa.
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