Michael Powell, presidente da FCC (Comissão Federal das Comunicações americana) anunciou há poucos dias a sua resignação. Apontado em 1997 pelo antigo presidente Bill Clinton, Michael Powell - que é filho de Colin Powell, até há pouco Secretário de Estado americano - deixou como principal legado a auto-censura na forma de fazer televisão nos EUA.
Foi especialmente notado o caso da polémica em torno do «acidente» do seio descoberto de Janet Jackson no final do Super Bowl do ano passado. Por causa do escândalo levantado por tantos telespectadores americanos ofendidos, a televisão que transmitia o programa teve de pagar uma multa choruda.
A consequência mais imediata foi a transmissão, poucos dias depois da cerimónia dos Óscares com alguns minutos de atraso... não fosse um seio mais atrevido saltar para a frente das câmaras.
As multas para a «programação indecente» excederam os 7,7 milhões de dólares só em 2004 (no ano anterior à chegada de Powell à FCC as multas atingiram apenas 48 mil dólares.
Desde então a situação de auto-censura chegou ao absurdo de televisões recusarem transmitir o filme "O resgate do soldado Ryan" por ter «linguagem grosseira». Recentemente, um episódio da série "Serviço de Urgência" foi cancelado porque mostrava, por breves instantes, os seios de uma senhora idosa.
É (também) assim que vai a auto-intitulada "land of the free".
Envie comentários, sugestões e críticas para:
Correio do Clara Mente
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. Blogs
. Contra a Corrente/O MacGuffin
. Poplex
. Das 12 Tribos
. Aish
. Int'l Survey of Jewish Monuments